Hospital Mount Sinai calibra IA para detectar cardiomiopatia hipertrófica com maior precisão, melhorando o atendimento e a personalização dos cuidados médicos.
IA melhora diagnóstico de cardiomiopatia hipertrófica no Hospital Mount Sinai
Uma equipe de pesquisadores do Hospital Mount Sinai, em Nova York, alcançou um marco importante na medicina personalizada: calibrou com sucesso uma ferramenta de inteligência artificial (IA) para avaliar com mais precisão a probabilidade de cardiomiopatia hipertrófica (CMH) em pacientes. Essa inovação promete revolucionar o diagnóstico precoce e o tratamento dessa condição grave.
A CMH é caracterizada pelo espessamento do músculo cardíaco e afeta cerca de uma em cada 200 pessoas em todo o mundo. Quando não identificada e tratada adequadamente, pode levar a sérias complicações, como insuficiência cardíaca e até morte súbita. Nesse contexto, métodos mais eficazes de detecção são essenciais para salvar vidas.
Como a IA aprimorou a avaliação de risco
O algoritmo utilizado, conhecido como Viz HCM, já havia sido aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos. No entanto, sua classificação anterior — baseada apenas em indicações vagas como “suspeita de HCM” — dificultava a tomada de decisões clínicas.
Com a nova calibração, a ferramenta agora oferece pontuações de probabilidade específicas. Em vez de simplesmente sugerir a possibilidade da doença, o sistema consegue estimar, por exemplo, que um paciente tem 60% de chance de apresentar CMH. Esse dado objetivo proporciona mais clareza tanto para médicos quanto para pacientes.
Durante os testes, os pesquisadores aplicaram o algoritmo em cerca de 71.000 pacientes submetidos a eletrocardiogramas entre março de 2023 e janeiro de 2024. A IA sinalizou 1.522 casos suspeitos, que foram posteriormente analisados por meio de registros médicos e exames de imagem. Os resultados demonstraram que as probabilidades calculadas se alinharam de forma consistente com os diagnósticos confirmados, validando a eficácia da nova abordagem.
Impacto na prática clínica
Especialistas afirmam que a calibração do Viz HCM não apenas melhora a precisão diagnóstica, mas também otimiza os fluxos de trabalho clínicos. Médicos podem agora priorizar os atendimentos com base no risco real de cada paciente, concentrando esforços onde há maior necessidade e proporcionando cuidados de saúde mais personalizados e eficazes.
Além disso, o estudo simboliza um avanço na integração ética da IA na medicina. Ao tornar as informações mais interpretáveis e úteis na prática diária, o uso responsável da tecnologia reforça a confiança de profissionais e pacientes no apoio digital ao diagnóstico.
IA e o futuro da cardiologia
A aplicação de inteligência artificial em cardiologia está em rápida expansão. Ferramentas como o Viz HCM demonstram que, com calibração e validação adequadas, a IA pode ser uma poderosa aliada na luta contra doenças cardíacas — uma das principais causas de morte no mundo.
Para os próximos anos, espera-se que novas inovações ajudem ainda mais na detecção precoce, no monitoramento e na gestão de doenças cardíacas complexas, consolidando a tecnologia como parte essencial da medicina moderna.
Fonte confiável para aprofundamento:
➡️ Leia mais no site do Hospital Mount Sinai (em inglês)